Conferências UNICNEC, VIII Mostra Integrada de Iniciação Científica

Tamanho da fonte: 
OS EFEITOS DO GUARANÁ AMAZÔNICO FRENTE A COMPOSTOS CARBONÍLICOS OCORRENTES NA DOENÇA DE ALZHEIMER
Willian Pereira, Ana Carolina Valls, Leonardo Bittencourt

Última alteração: 2018-09-25

Resumo


Introdução: A cada ano, são registrados cerca de 7,7 milhões de novos casos da Doença de Alzheimer (DA) no mundo. Esta doença neurodegenerativa afeta em grande maioria, pessoas a partir de seus 60 anos. Uma doença ainda sem cura, levando a demência e levando inexoravelmente à morte. Diversos estudos mostram que a nossa exposição a Compostos Carboxílicos (CC’s), que são altamente tóxicos ao ser humano, gera significativo estresse oxidativo, ocasionando danos e levando a morte celular, em especial ao Sistema Nervoso Central (SNC), sendo considerados eventos pivotais para o desenvolvimento de doenças neurodegerativas como o Alzheimer.  São encontrados em bebidas alcoólicas, tabaco, alimentos fritos, no ar, na queima de combustíveis (fósseis e não fósseis). Um desses CC’s em especial, é Acroleína que vem sendo estudada para descobrir-se mais sobre seus efeitos nas células do SNC. O guaraná é uma planta arbustiva, cuja suas amêndoas são amplamente consumidas ao redor do mundo. Esta planta apresenta diversas propriedades biológicas, como anti-inflamatória, anti-agregante plaquetária, anti-fatigante, potente estimulante; mas os efeitos antioxidantes e neuroprotetores carecem de estudos aprofundados, visto que na DA, o estresse oxidativo mediado por CC’s é pivotal no início e progressão desta doença. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi estabelecer um perfil antioxidante completo e mostrar os benefícios da utilização do guaraná amazônico frente aos danos provocados por CC’s, com ênfase aos efeitos da Acroleína. Este estudo é pioneiro nesta área. Metodologia: Neste trabalho o extrato aquoso de guaraná foi caracterizado quimicamente para identificação dos principais compostos bioativos, assim como estabelecimento de perfil redox-ativo dos extratos. O próximo passo foi testar os efeitos dos extratos de guaraná frente ao desafio provocado por CC’s (Glioxal, Metil Glioxal e Acroleína) em linhagem semelhante a neurônios (SHSY-5Y). Resultados: Os extratos aquosos do guaraná apresentaram alta concentração de metilxantinas, em especial a cafeína; também apresentaram grandes quantidades de compostos fenólicos em especial, catequinas e epicatequinas (flavan-3-ols). Os extratos se apresentaram bastante eficientes frente a diversas fontes de espécies reativas e radicalares encontrados no ambiente intracelular (radicais peroxil, hidroxil, oxido nítrico), além de se mostrar excelente quelante de ferro (importante participante da reação de fenton que gera radical hidroxil). O guaraná amazônico mostrou-se muito eficaz frente ao desafio por CC’s protegendo as células SHSY-5Y dos danos mediados por estes agentes que estão presentes em alta concentração em indivíduos na DA. Os dados preliminares obtidos neste trabalho mostram que o guaraná pode ser uma alternativa adjuvante bastante promissora na prevenção da DA. Diversos estudos vêm mostrando efeitos positivos do guaraná no SNC, como anti-fatigante, melhoria de memória, mas até agora não havendo estudos contemplando o tema guaraná e Alzheimer. O guaraná pode representar uma alternativa viável na prevenção da DA principalmente devido ao seu baixo custo, mas cabe ressaltar que embora pioneiro, este estudo será continuado e aprofundado pelo fato de que muitas respostas ainda precisam ser obtidas.

Palavras-chave


Alzheimer - Compostos Carbonílicos - Guaraná

Texto completo: PDF